Coxinha Perfeita: O Guia Definitivo Para Fazer em Casa (Sem Medo de Ser Feliz!)

Poxa, senta aqui, pega um cafezinho (ou uma cerveja, por que não?) que hoje o papo é de boteco, de festa de criança, de lanche da tarde, de amor verdadeiro: vamos falar de COXINHA! Ah, a coxinha... Só de falar o nome a gente já suspira, né? Aquela casquinha crocante por fora, a massa macia que desmancha na boca e um recheio de frango cremoso e bem temperadinho... É ou não é uma obra de arte da culinária brasileira? Pra mim, coxinha não é só um salgado, é um estado de espírito, uma memória afetiva que a gente carrega no coração (e na barriga!). Mas ó, vou te confessar uma coisa: por muito tempo, eu tive um medo danado de fazer coxinha em casa. Achava que era coisa de outro mundo, que a massa ia desandar, que ia abrir tudo na hora de fritar, que o recheio ia ficar seco... Enfim, uma lista de medos que só me distanciava do sonho da coxinha caseira perfeita. Só que eu sou teimosa, né? E depois de muito teste, muita farinha espalhada pela cozinha e algumas coxinhas que mais pareciam... bom, deixemos pra lá... eu finalmente cheguei numa receita que é SUCESSO GARANTIDO! E como amiga que sou, vou dividir todos os pulos do gato com você. Bora perder o medo e fazer a melhor coxinha da sua vida?

A Lenda da Coxinha: de Realeza a Rainha do Boteco

Antes de botar a mão na massa (literalmente!), vamos a uma fofoquinha histórica que eu amo! Reza a lenda que a coxinha nasceu lá pros lados de Limeira, no interior de São Paulo, no século XIX. A história, que mais parece um conto de fadas, diz que o filho da Princesa Isabel e do Conde d'Eu, que vivia isolado na fazenda por ter alguma deficiência, só comia coxas de galinha. Um belo dia, a galinha pro almoço do menino sumiu (ou não tinha o suficiente, a fofoca varia), e a cozinheira, no desespero pra não deixar o pequeno real sem sua comida favorita, pegou o que tinha de frango, desfiou, envolveu numa massa de batata, moldou no formato de uma coxa e fritou. O menino não só amou a invenção como passou a pedir só pela "coxinha". A história teria se espalhado pela corte e, como tudo que é bom, caiu no gosto do povo. Verdade ou não, o que importa é que essa invenção genial virou um patrimônio nacional. Da festa chique ao boteco da esquina, a coxinha tá lá, firme e forte, nos representando lindamente.

O Guia Definitivo da Coxinha Perfeita: Chega de Sofrimento!

Agora vamos ao que interessa! Prepara o print, anota no caderninho, que essa receita é ouro!

Parte 1: O Recheio que Abraça a Alma

Um dos maiores segredos de uma boa coxinha é o recheio. Ele não pode ser seco de jeito nenhum! Tem que ser molhadinho, cremoso, pra contrastar com a crocância da casquinha. **O que você vai precisar:** * 1 peito de frango grande (uns 500g), cozido e desfiado * 1 cebola média picadinha * 2 dentes de alho amassados * 1 tomate sem sementes picadinho * Cheiro-verde (salsinha e cebolinha) a gosto * 1 colher de sopa de extrato de tomate * Sal, pimenta do reino e páprica (doce ou picante, você que manda!) a gosto * 1 colher de sopa de azeite ou óleo * **O Pulo do Gato nº 1:** 1/2 xícara do caldo do cozimento do frango * **O Pulo do Gato nº 2:** 1 colher de sopa de requeijão cremoso ou catupiry (o de bisnaga, de preferência!) **Como faz o milagre acontecer:** 1. Primeiro, cozinhe o peito de frango na panela de pressão com água, sal, uma folha de louro e uns talos de salsinha (pra já ir pegando sabor). Cozinhou? Desfia. Uma dica de preguiçosa que funciona: tira a água da panela (RESERVA ELA, PELO AMOR DE DEUS!), fecha a panela de novo e chacoalha com vontade. O frango sai quase todo desfiado, é mágico! 2. Numa panela, esquenta o azeite e refoga a cebola até ficar transparente. Joga o alho e deixa dourar só um pouquinho pra não amargar. 3. Acrescenta o tomate picado e o extrato de tomate e deixa refogar bem, até o tomate começar a desmanchar. 4. Entra com o frango desfiado, a páprica, o sal e a pimenta. Mexe bem, pra agregar todos os sabores. 5. Agora vem o **Pulo do Gato nº 1**: joga aquela meia xícara do caldo do cozimento que você guardou. Isso vai deixar seu recheio úmido e impedir que ele fique aquela coisa seca e sem graça. Deixa cozinhar um pouquinho até o caldo dar uma reduzida. 6. Desliga o fogo. É hora do **Pulo do Gato nº 2**: mete o requeijão ou catupiry e o cheiro-verde. Mexe bem até o requeijão incorporar e deixar tudo mega cremoso. 7. Prova e ajusta o sal se precisar. Deixa esse recheio esfriar completamente. Se você usar ele quente, vai ser um desastre pra modelar a coxinha, confia em mim!

Parte 2: A Massa dos Sonhos (que não leva batata!)

Sei que muita gente ama a massa de batata, mas eu, particularmente, prefiro essa versão que usa o próprio caldo do cozimento. Acho que fica mais leve, mais saborosa e com uma textura incrível. **O que você vai precisar:** * 2 xícaras do caldo do cozimento do frango (aquele que a gente guardou!) * 1 colher de sopa de manteiga ou margarina * 2 xícaras de farinha de trigo * Sal a gosto (cuidado, porque o caldo já tem sal!) **Como faz a mágica da massa:** 1. Pega uma panela grande e funda (pra não fazer sujeira). Coloca o caldo do cozimento e a manteiga. Leva pro fogo. 2. Prova o caldo pra ver se precisa de mais sal. Lembra que a farinha vai "roubar" um pouco do sal, então pode deixar ele um tiquinho mais salgado do que o normal. 3. Quando o caldo ferver e a manteiga derreter, abaixa o fogo. Agora é hora da coragem: joga a farinha de trigo TODA DE UMA VEZ na panela. 4. Pega uma colher de pau (ou uma espátula bem firme) e começa a mexer sem parar, com vontade! Vai parecer que deu tudo errado, vai virar uma bola estranha, mas calma! É assim mesmo. Continua mexendo e "cozinhando" a massa por uns 2 ou 3 minutos. O ponto certo é quando ela desgruda completamente do fundo da panela, formando uma bola única e lisa. 5. Desliga o fogo. Passa essa bola de massa quente pra uma bancada ou uma mesa limpa e levemente untada com manteiga. 6. Aqui vem o segredo da sova: a massa precisa ser sovada quente! "Ah, mas vou queimar a mão!" Calma, amiga! Você pode usar uma espátula pra ir "abrindo" a massa e deixando ela amornar um pouco. Ou, se for corajosa, vai untando a mão na manteiga e sovando aos poucos. O objetivo é deixar a massa bem lisinha e elástica. Esse processo é fundamental pra coxinha não rachar depois. 7. Sovou bem? Cobre a massa com um plástico filme ou um pano de prato úmido e deixa ela esfriar. Não pula essa parte, hein!

Parte 3: A Montagem e a Fritura Perfeita

Agora é a hora de dar vida às nossas coxinhas! **O que você vai precisar:** * A massa e o recheio já frios * Para empanar: 1 xícara de leite (ou água) e 2 xícaras de farinha de rosca * Óleo suficiente para fritar por imersão **O passo a passo da felicidade:** 1. Pega um pedaço da massa (umas 2 colheres de sopa, mais ou menos, depende do tamanho que você quer sua coxinha) e abre na palma da mão, formando um disquinho. Deixa o centro um pouco mais grosso e as bordas mais finas. 2. Coloca uma boa colherada do recheio no centro. Não exagera pra não vazar tudo depois, mas também não seja "mão de vaca", hein! Coxinha com pouco recheio é uma tristeza. 3. Com cuidado, vai fechando a massa em volta do recheio, como se fosse uma trouxinha. Vai subindo as bordas e apertando bem pra tirar todo o ar de dentro. O ar é o maior inimigo da coxinha na hora de fritar, é ele que faz ela estourar! 4. Depois de fechar, modela no formato clássico da coxinha, com aquele biquinho charmoso. Deixa ela bem lisinha, sem nenhuma rachadura. Se aparecer alguma, dá uma "beliscadinha" com a massa pra consertar. 5. Repete o processo com toda a massa e recheio. 6. Hora de empanar! Prepara dois pratos fundos: um com o leite e outro com a farinha de rosca. 7. Passa cada coxinha primeiro no leite (rapidinho, só para umedecer) e depois na farinha de rosca. Cobre bem todos os cantinhos. Uma dica é usar uma mão pra molhar e a outra pra passar na farinha, assim você não vira uma coxinha empanada também! 8. **DICA DE OURO:** Depois de empanar, leve as coxinhas pra geladeira por uns 30 minutos ou pro freezer por 15. Esse choque térmico ajuda a deixar a casquinha ainda mais crocante e diminui o risco de abrirem na fritura. 9. Aquece o óleo numa panela funda. O óleo não pode estar nem frio demais (senão a coxinha encharca) nem quente demais (senão ela doura por fora e fica crua por dentro). O ponto ideal é quando você joga um palitinho de fósforo e ele acende, ou quando você joga um pedacinho de massa e ele sobe borbulhando suavemente. 10. Frita as coxinhas aos poucos (umas 3 ou 4 por vez, no máximo), para não esfriar o óleo. Deixa elas lá, quietinhas, até dourarem de um lado, depois vira com uma escumadeira pra dourar do outro. 11. Retira as coxinhas com a escumadeira e coloca pra escorrer em papel toalha. Pronto! Agora é só chamar a galera, abrir aquela pimentinha e ser feliz!

Erros que a gente comete (e como nunca mais cometê-los)

* **Recheio quente:** Já falei e repito: estraga a massa e dificulta a modelagem. Paciência é uma virtude! * **Deixar ar dentro da coxinha:** Na hora de fechar, aperta bem pra expulsar o ar. Ele se expande no calor e... BUM! Coxinha explosiva. * **Massa com rachaduras:** Sova bem a massa ainda quente e, se precisar, conserta as rachaduras antes de empanar. * **Óleo na temperatura errada:** Segue a dica do palitinho que não tem erro! * **Superlotar a panela:** Fritar muitas de uma vez derruba a temperatura do óleo e suas coxinhas vão ficar oleosas e murchas.

Bora dar uma variada?

* **Coxinha de Jaca:** Pros amigos veganos, é só substituir o frango por jaca verde desfiada e bem temperada. Fica um espetáculo! * **Coxinha de Carne Seca com Abóbora:** Cozinha a abóbora cabotiá junto com a carne seca e usa esse purê na massa. Fica surreal de bom! * **Coxinha de Camarão com Catupiry:** Preciso dizer mais alguma coisa? É a perfeição! E aí, gostou? Perdeu o medo? Quero só ver todo mundo botando a mão na massa, hein! Depois me conta aqui nos comentários como ficou a sua coxinha, se você tem algum segredo de família, alguma dica diferente... Vamos trocar figurinhas e espalhar essa maravilha que é a coxinha caseira pelo mundo! Um beijo e até a próxima!